Olá,
Morava em um vilarejo uma
moça muito bonita, seu nome Isabela. Ela fez amizade com um senhor, que era
jardineiro e ele lhe deu de presente, uma semente de cravo. Com a autorização da moça, o velho jardineiro
plantou o cravo nos fundos de sua casa e quase todos os dias vinha regar e
cuidar. Nas vindas e idas para cuidar do
plantio do cravo, o velho jardineiro parava a frente da janela para conversar com
Isabela. O bom jardineiro, tinha realmente uma sabedoria incomum, da qual a
jovem passou a beber de uma fonte inesgotável e conhecer sobre muitas coisas do
mundo.
O tempo foi passando, e a
semente do cravo germinou, cresceu e trouxe para a luz belas flores de um
vermelho intenso e de perfume suave e doce! Quanto à moça Isabela, com a
atenção do sábio jardineiro, também se transformou numa bela mulher, de
virtudes visíveis.
Porem, chegou o dia de a
moça ir conhecer o mundo, indo passear fora do vilarejo. Na cidade grande,
Isabela conheceu os entretenimentos da vida moderna, passeou, fez muitos amigos
e, quando voltou, trouxe consigo a empolgação por repetir a sua aventura.
Logo, o velho e bom
jardineiro começou a sentir a mudança da bela moça, que já não estava na
janela, a lhe dar atenção como fazia antigamente. Mas, o jardineiro continuou
vindo à casa de Isabela a cuidar do belíssimo pé de cravo, o que fazia quase
que diariamente.
Mas, foi num certo dia,
que a moça Isabela cercada dos amigos em sua casa, percebeu a chegada do
jardineiro e, antes que ele tomasse rumo para os fundos, ela o barrou ali
mesmo, dizendo que não precisava molhar a planta naquele dia, que ela mesma o
faria mais tarde, quando tivesse um tempo.
O velho sábio, já havia
notado as mudanças pelas quais a Isabela havia passado, ao se integrar aquela
nova vida da cidade grande. Agora, sempre indisposta as falas, pelos inúmeros
compromissos assumidos, pelo tempo dedicado apenas para ir às compras, e com
isso, deixando de lado o apreciar das coisas simples, que antes fazia. Na sua
compreensão, o sábio abaixou a cabeça, cumprimentou a moça com sua serenidade
costumeira e se foi.
O tempo foi passando, e o sábio jardineiro não
mais voltou à casa de Isabela, para cuidar do cravo. Ficou visível a sua
partida, quando a planta, antes tão vigorosa e bela, por descuidos, foi
findando, até morrer.
Quando Isabela percebeu o
que havia acontecido, já era tarde demais! Foi como se tivesse percorrido uma
estrada cheia de expectativas vibrantes e antes que pudesse descobrir as
alegrias reservadas para si naquela jornada partilhada com o bom e velho sábio,
deparou-se com uma ponte quebrada, que a impedia de prosseguir na sua viagem.
Com isso, da mesma forma
que o cravo, a bela Isabela aos poucos foi perdendo sua vivacidade e interesse
pelas aventuras da cidade, dos amigos, que começaram a lhe parecer de conversas
fúteis. Os relacionamentos ficaram efêmeros... As compras já não mais a
preenchia e instalou-se o vazio. Seu sorriso, outrora cativante foi ficando
escasso... Sua pele, antes macia, foi
ficando flácida e o brilho do olhar, se tornou turvo e indiferente. A beleza de Isabela foi aos poucos dando lugar
a uma mulher sem encantos e as poucas virtudes que lhe sobraram, se esvaneceram,
na mesma velocidade e igual a um rio de correnteza sem parada.
O fim, foi o mesmo que o
cravo, sozinha, solitária e na certeza de que, por segundos, deixara escapar a
fonte da sua riqueza interior _, o verdadeiro amigo, o bom velho e sábio
jardineiro.
Autor: Vera Lucia Silva
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Forte abraço e seja feliz!
J
Vera Lucia Silva
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