domingo, 27 de agosto de 2017

A bela moça, o velho sábio e o cravo

Olá,

Morava em um vilarejo uma moça muito bonita, seu nome Isabela. Ela fez amizade com um senhor, que era jardineiro e ele lhe deu de presente, uma semente de cravo.  Com a autorização da moça, o velho jardineiro plantou o cravo nos fundos de sua casa e quase todos os dias vinha regar e cuidar.  Nas vindas e idas para cuidar do plantio do cravo, o velho jardineiro parava a frente da janela para conversar com Isabela. O bom jardineiro, tinha realmente uma sabedoria incomum, da qual a jovem passou a beber de uma fonte inesgotável e conhecer sobre muitas coisas do mundo.

O tempo foi passando, e a semente do cravo germinou, cresceu e trouxe para a luz belas flores de um vermelho intenso e de perfume suave e doce! Quanto à moça Isabela, com a atenção do sábio jardineiro, também se transformou numa bela mulher, de virtudes visíveis.  

Porem, chegou o dia de a moça ir conhecer o mundo, indo passear fora do vilarejo. Na cidade grande, Isabela conheceu os entretenimentos da vida moderna, passeou, fez muitos amigos e, quando voltou, trouxe consigo a empolgação por repetir a sua aventura.

Logo, o velho e bom jardineiro começou a sentir a mudança da bela moça, que já não estava na janela, a lhe dar atenção como fazia antigamente. Mas, o jardineiro continuou vindo à casa de Isabela a cuidar do belíssimo pé de cravo, o que fazia quase que diariamente.

Mas, foi num certo dia, que a moça Isabela cercada dos amigos em sua casa, percebeu a chegada do jardineiro e, antes que ele tomasse rumo para os fundos, ela o barrou ali mesmo, dizendo que não precisava molhar a planta naquele dia, que ela mesma o faria mais tarde, quando tivesse um tempo. 

O velho sábio, já havia notado as mudanças pelas quais a Isabela havia passado, ao se integrar aquela nova vida da cidade grande. Agora, sempre indisposta as falas, pelos inúmeros compromissos assumidos, pelo tempo dedicado apenas para ir às compras, e com isso, deixando de lado o apreciar das coisas simples, que antes fazia.   Na sua compreensão, o sábio abaixou a cabeça, cumprimentou a moça com sua serenidade costumeira e se foi.

 O tempo foi passando, e o sábio jardineiro não mais voltou à casa de Isabela, para cuidar do cravo. Ficou visível a sua partida, quando a planta, antes tão vigorosa e bela, por descuidos, foi findando, até morrer. 

Quando Isabela percebeu o que havia acontecido, já era tarde demais! Foi como se tivesse percorrido uma estrada cheia de expectativas vibrantes e antes que pudesse descobrir as alegrias reservadas para si naquela jornada partilhada com o bom e velho sábio, deparou-se com uma ponte quebrada, que a impedia de prosseguir na sua viagem.

Com isso, da mesma forma que o cravo, a bela Isabela aos poucos foi perdendo sua vivacidade e interesse pelas aventuras da cidade, dos amigos, que começaram a lhe parecer de conversas fúteis. Os relacionamentos ficaram efêmeros... As compras já não mais a preenchia e instalou-se o vazio. Seu sorriso, outrora cativante foi ficando escasso...  Sua pele, antes macia, foi ficando flácida e o brilho do olhar, se tornou turvo e indiferente.  A beleza de Isabela foi aos poucos dando lugar a uma mulher sem encantos e as poucas virtudes que lhe sobraram, se esvaneceram, na mesma velocidade e igual a um rio de correnteza sem parada.

O fim, foi o mesmo que o cravo, sozinha, solitária e na certeza de que, por segundos, deixara escapar a fonte da sua riqueza interior _, o verdadeiro amigo, o bom velho e sábio jardineiro.

                                                                             Autor: Vera Lucia Silva


O que podemos aprender com essa história? 


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Forte abraço e seja feliz! J


Vera Lucia Silva

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