Olá, tudo bem.
"Se quer tirar mel, não
espante a colmeia"
Dale Carnegie
Escritor e orador norte-americano
(Imagem Pixabay)
...É bem esta frase acima, que o texto, “O
pai perdoa” nos ajuda a refletir.
Falando de
um modo figurado, Dale
Carnegie nos inspira a pensar em nossa própria vida e podem surgir questões parecidas: Será que o nosso
comportamento não está deixando a desejar? Será que não estamos trocando os pés pelas
mãos, sendo insensíveis às necessidades das pessoas à nossa volta, impondo nosso jeito
de agir, em parte, com autoridade e arrogância? O problema, é que se continuarmos agindo assim, com certeza
vamos ficar sem o mel. As pessoas vão acabar se afastando da gente.
“O pai perdoa”, é um belíssimo texto do autor W.
Livingston Larned e consta publicado no primeiro capítulo
do Best Sellers: “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, de Dale Carnegie, publicado
em 1936. O texto fala sobre a mudança de atitude de um pai, quando percebe seu comportamento insensível no jeito de tratar o filho. Emocionante! Você pode conferir, na íntegra, no final da postagem.
De verdade, achei este texto interessante porque me ensinou muita coisa e podemos aplicá-lo para muitas outras situações da nossa vida, nos ajudando a aperfeiçoar os nossos relacionamentos e melhorar o jeito de tratar as pessoas, de modo geral.
Pare e pense um pouco comigo: Quantas e quantas vezes deixamos de acolher, ouvir ou buscar compreender as pessoas que estão próximas de nós, seja no trabalho, dentro da nossa família e até com nossos amigos?
Você já havia pensado sobre isso? Vejamos...
No famoso feedback dentro da empresa, entre líderes e liderados, tais erros podem estar sendo cometidos e não notados. Nesses momentos, o interesse muitas vezes acaba tendo o foco apenas em mostrar e apontar o que não está tendo resultado. No desacerto.
Devo confessar, que isso já aconteceu comigo, enquanto fui líder de equipe, numa empresa em que trabalhei. Não me orgulho nadinha desta passagem, contudo, foi importante pra mim, mesmo que tempos depois, reconhecer este comportamento. Ler o "Pai Perdoa", bem como estudar a obra de Carnegie, primeiro me impactou pela generosidade do conteúdo e experiências humanas deste grande autor. Segundo, me trouxe muitas coisas positivas, porque eu mesma pude refletir e compreender as atitudes equivocadas que eu tive, no passado, no trato com meus colegas e subordinados. Pessoalmente, também, me ajudou a entender a minha relação com meu esposo e filha e foi quando passei a me corrigir em alguns aspectos. Hoje, eu sei que ainda erro muito, mas já não me escondo atrás deles. Eu escolhi aprender com cada um deles e buscar, constantemente melhorar mais e mais. Seja como profissional e, principalmente como pessoa e ser humano que sou. ;)
Você já passou por alguma situação parecida em sua vida?
Voltando ao foco do feedback, no trabalho... Nestes casos, talvez o liderado precise apenas de alguém para ouvi-lo, prestando atenção, não no que ele esteja dizendo exatamente, mas no que sua linguagem não verbal esteja deixando transparecer: pode sinalizar a existência de algum problema, que em nada tenha a ver com o trabalho em si, o que de qualquer ordem técnica. Talvez, a situação enfrentada seja mais ligada ao lado pessoal, que pode estar inquietando e interferindo nas suas tarefas e produtividade. Por exemplo, pode até ser uma questão muito simples de ser resolvida, uma necessidade de saída mais sedo do trabalho para algo importante, como também pode ser um problema maior e que envolva sua saúde ou de um ente querido. Fazer uma leitura do não verbal é importante ao lidarmos com situações parecidas. Isso também é uma forma de acolher as pessoas, os funcionários e nossos parceiros.
Com o cliente, infelizmente, também pode acontecer comportamentos automáticos, sem nenhum acolhimento ou que haja qualquer tentativa de escuta. Nessas horas, fica fácil para um atendente derramar normas e procedimentos internos da empresa na cara do cliente, do que, de imediato pedir desculpas por algum transtorno ocorrido durante determinada compra. Sem dar um acolhimento ao cliente, o atendente não consegue ter uma atitude solidária: “São normas senhor, no contrato está claro que o pedido que o senhor fez poderá ser entregue até tal dia”. No entanto, o cliente só precisa de uma satisfação, porque comprou um presente para o aniversário da filha, entendeu que a empresa entregaria antes da data e esta não cumpriu. Simplesmente falta uma escuta ativa, para compreender a necessidade do outro. Entender a necessidade do cliente!
No âmbito familiar a coisa toda não é diferente. No nosso exemplo, a esposa cobra o marido, que acabou deixando o saco de lixo na porta da casa - ela já havia pedido, lembra?! No entanto, ela reclama sem mesmo esperar e ouvir as considerações a respeito. Ele pode ter simplesmente esquecido, no entanto, estava atrasado para um compromisso importante, afinal, era dia de fechar uma grande venda,
que significaria retorno financeiro, arrumar o carro que está quebrado ou pagar contas da família, que
vem se arrastando há meses. Acolher e validar tal situação seria dizer: “Eu
entendo você” ou “Isso pode acontecer com qualquer um”.
Da mesma forma, o marido pode exigir da esposa a janta pronta, quando chega em casa, de volta do trabalho.
Indiferente ao dia dela, se ficou tempos na espera da fila do ônibus, deparou com trânsito engarrafado ou de teve reuniões marcadas de última hora na empresa ou no colégio do filho. Ainda
assim, não se ouve um “compreendo”.
Todas esses exemplos que coloquei acima podem ser mais corriqueiras do que parecem e desta forma, estar prejudicando os nossos relacionamentos, sem que a gente se dê conta disso. ;(
Por outro lado, começar a ter atitudes simples, como: parar e dar atenção, tentar perceber o não verbal de quem fala, escutar de fato, se esforçar para compreender o outro, tudo isso valida a outra pessoa, como também nos ajuda sermos pessoas mais compreensivas, empáticas e sintonizadas. ;)
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Agora, eu te convido a ler na íntegra o emocionante: “O pai perdoa”
Escute Filho: enquanto falo isso, você
está deitado, dormindo, uma mãozinha enfiada debaixo do seu rosto, os cachinhos
louros molhados de suor grudados na fronte. Entrei sozinho e
sorrateiramente no seu quarto. Há poucos minutos, enquanto eu estava sentado
lendo meu jornal na biblioteca, fui assaltado por uma onda sufocante de
remorso. E sentindo-me culpado, vim para ficar ao lado de sua cama.
Andei pensando em algumas coisas, filho: tenho
sido intransigente com você. NA hora em que se trocava par ir à escola, ralhei
com você por não enxugar direito o rosto com a toalha. Chamei-lhe a atenção por
não ter limpado os sapatos. Gritei furioso com você por ter atirado
alguns de seus pertences no chão.
Durante o café da manhã, também impliquei com
algumas coisas. Você derramou o café fora da xícara. Não mastigou a comida. Pôs
o cotovelo sobre a mesa. Passou manteiga demais no pão. E quando começou a
brincar e eu estava saindo para pegar o trem, você se virou, abanou a mão e
disse: “Tchau, papai” e, franzindo o cenho, em resposta lhe disse: “Endireite
esses ombros!”.
De tardinha, tudo recomeçou. Voltei e,
quando cheguei perto de casa, vi-o ajoelhado, jogando bolinha de gude.
Suas meias estavam rasgadas. Humilhei-o diante de seus amiguinhos,
fazendo-o entrar na minha frente. As meias são caras – se você as comprasse
tomaria mais cuidado com elas! Imagine isso, filho, dito por um pai”.
Mais tarde, quando eu lia na
biblioteca, lembra-se como me procurou. Timidamente, uma espécie de mágoa
nos seus olhos. Quando afastei meu olhar do jornal, irritado com a interrupção,
você parou a porta: “O que é que você quer.”, perguntei implacável.
Você não disse nada, mas saiu correndo num
ímpeto na minha direção, passou os braços em torno do meu pescoço e me beijou;
seus braços foram se apertando com uma afeição pura que Deus fazia crescer em
seu coração e que nenhuma indiferença conseguiria extirpar. A seguir
retirou-se, subindo correndo os degraus da escada.
Bem meu filho, não passou muito tempo e meus dedos se afrouxaram,
o jornal escorregou por entre eles, e um medo terrível e nauseante tomou conta
de mim. O que o hábito estava fazendo de mim. O hábito de ficar achando
erros, de fazer reprimendas – era dessa maneira que eu vinha recompensando-o
por ser uma criança. Não que eu não o amasse; o fato é que eu esperava demais
da juventude. Eu o avaliava pelos padrões da minha própria vida.
E havia tanto de bom, de belo e verdadeiro no
seu caráter. Seu coraçãozinho era tão grande quanto o sol que subia por
detrás das colinas. E isto eu percebi pelo seu gesto espontâneo de correr e
dar-me um beijo de boa noite. Nada mais importa nessa noite, filho. Entrei na
penumbra do seu quarto e ajoelhei-me ao lado de sua cama envergonhado!
É uma expiação inútil; sei que, se você
estivesse acordado, não compreenderia essas coisas. Mas amanhã serei um pai de
verdade! Serei seu amigo, sofrerei quando você sofrer, rirei quando você rir.
Morderei minha língua, quando palavras impacientes quiserem sair pela minha
boca. Eu irei dizer e repetir, como se fosse um ritual: “Ele é apenas um menino
– um menininho!”
Receio que o tenha visto até aqui como um
homem feito. Mas, olhando-o agora, filho, encolhido e amedrontado no seu ninho,
certifico-me de que é um bebê. Ainda ontem esteve nos braços de sua mãe, a
cabeça deitada no ombro dela. Exigi muito de você, exigi muito.
Conclusão
Sem dúvidas tem muita coisa pra gente aproveitar no livro do Dale Garnegie, né não?
Que tal parar
um pouco e refletir como tem conduzido seus relacionamentos?
Perceba se você não está deixando de fazer essas quatro ações básicas, porém fundamentais na sua vida.
Quem sabe você estando com algum colega do seu trabalho ou com alguém da sua família, ou mesmo um amigo, você possa exercitar essas dicas, começando por acolher, ouvir e buscar compreender o outro?
Dessa forma você estará validando o outro, melhorando e aperfeiçoando os seus relacionamentos. Com isso, certamente terá mais sucesso!
Se você curtiu este post, se acredita que
pode te ajudar, compartilhe na sua rede social.
Eu vou agradecer imensamente! ;)
Ah! Lembre-se também de comentar.
Forte abraço!
Vera Lucia Silva
Vera Lucia Silva
Saiba Mais:
CARNEGIE, Dale, Como fazer
amigos e influenciar pessoas. 45 Ed.Tradução de Fernando Tude de Souza. Edição
americana de 1981.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dale_Carnegie
Por esses dias estava tratando meu sobrinho de 8 anos assim. Ele fez coisas semana passada que me desagradou muito. Eu acabei dando um gelo nele. Ele sentiu a distancia, mas ainda assim vinha tentar falar comigo e eu sempre seco. Não tenho filhos e desde que ele nasceu somos muito apegados um ao outro. Quando li esse texto no livro, a ficha caiu. Ele é apenas uma criança. Por isso procurei o blog para compartilhar o texto. Obrigado!
ResponderExcluirOlá,tudo bem tenchin, que alegria contara com a sua participação, aqui no nosso blog! 😉 Realmente, este texto é belíssimo e nos faz refletir todas as nossas relações, até as mais íntimas, o que nos ajuda a também buscar melhorar nesta parte. Este livro de Dale Carnegie é incrível e fico contente que você também esteja tirando valiosas lições dele. Obrigada pelo seu comentário e compareça mais vezes! Um forte abraço e felicidades!
ResponderExcluirNossa chorei... só de começar a ler me deu uma enorme vontade de prometer a minha filha q serei uma mãe melhor. E assim termina o texto, que benção ter lido isso. Nada é por acaso, obg por compartilhar!
ResponderExcluirOlá, que depoimento maravilhoso! Realmente, creio que W. Livingston Larned foi extraordinariamente feliz, quando escreveu este texto e eu também encontrei a mesma inspiração, quando li Napoleon Hill. Acredito, que eu, você e muitas outras pessoas que também leram, todos nós podemos tirar coisas boas daí e melhorar o que somos e isso, com certeza refletir em nossas relações positivamente. Valeu! Forte abraço e que seja um ano inovador pra você. Continuem com a gente! :)
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